Juntando os Pedaços, de Jennifer Niven

1/30/2019


Juntando Os Pedaços/ Autora: Jennifer Niven/ Editora: Seguinte/ 392 páginas/ Livre/ Compre Aqui: AmazonSaraiva


Todas as pessoas no mundo precisam ler Juntando os Pedaços!


Não estou mentindo e precisava dizer isso.


Libby Strout foi apelidada pela mídia de Adolescente Mais Gorda dos Estados Unidos, mas ninguém se deu ao trabalho de enxergar além do seu peso e conhecer quem ela realmente é. Desde a morte da sua mãe, Libby passou um bom tempo dentro de casa, lidando com o luto do pai e com seu próprio sofrimento. Mas agora ela está pronta para encarar o ensino médio, aprender a dirigir, fazer novos amigos, talvez até se apaixonar. Num ambiente cheio de rótulos e panelinhas, ela já sabe qual papel que quer interpretar: o da garota que pode fazer qualquer coisa.

Jack Masselin tem estilo e atitude, circula entre todos os grupos, é popular entre os colegas. Mas Jack guarda um segredo: ele não consegue reconhecer o rosto das pessoas. Até os irmãos e os pais são estranhos para ele. Seu próprio rosto no espelho é irreconhecível. Seu principal passatempo é desmontar e construir coisas no porão de casa, mas ele não consegue entender o funcionamento do próprio cérebro. Então, para se defender, Jack é simpático com todo mundo, sorri e acena para qualquer um, sem nunca desenvolver uma relação profunda com ninguém.



"Não sou um merda, mas estou prestes a fazer merda. Você vai me odiar, outras pessoas vão me odiar, mas vou fazer isso mesmo assim, para proteger você e a mim mesmo..." (pág 82)

Um dia Jack se sente pressionado a fazer uma brincadeira bem rídicula com Libby no meio do refeitório. Mas eles acabam na diretoria com detenção e tendo que participar de uma roda de conversa. Nesse momento eles começam a conversar e perceber que possuem mais coisas em comum do que imaginam.

Libby acaba de voltar para a escola e está no primeiro ano do ensino médio. Não é mais a adolescente mais gorda do país e não tem nenhum amigo no novo ambiente. Mas ela tem força, determinação, acredita que as coisas podem melhorar e quer viver essa nova aventura depois de ter passado anos presa em casa. Ela me fez lembrar o quanto é importante se colocar no lugar dos outros, que não devemos focar na aparência porque isso não define ninguém. Somos muito mais que um corpo. E ensinou sobre a resiliência, a capacidade de sempre poder recomeçar e buscar ser a melhor versão de nós mesmos.

"A vida é muito curta para julgar. Não é sua função dizer aos outros o que sentem ou quem são. Por que não dedicar todo esse tempo a si mesma? Não sei quem você é, mas posso garantir que tem algumas questões que poderia trabalhar. Talvez você tenha um corpo bonito e um rosto perfeito, mas aposto que se sente insegura e não conseguiria ficar só de biquíni roxo na frente de toda a escola." (pág 316)

Jack convive com a doença há anos e aprendeu que aparência não significa nada, que precisa focar em como a pessoa muda a posição do cabelo, ou em como sorri. Detalhes que muitas vezes ignoramos. Ele mostra que é importante buscarmos alguém com quem possamos contar, que possa nos entender e valorizar os amigos de verdade. Jack muitas vezes age como um babaca porque precisa interpretar um papel e assumir um posto diante da escola, mas é tudo fachada e isso faz com que se sinta sufocado.


Que livro, senhoras e senhores! Que livro! Há um tempo, minha irmã já vinha insistindo que eu lesse o tal livro, então resolvi dar uma chance. Nunca leio sinopses e a história já me surpreendeu desde a primeira página. A escrita é impecável. Os capítulos são intercalados entre o ponto de vista de Jack e Libby, que é ótimo porque o leitor consegue compreender os dois e entender o por que de fazer tudo isso. Além disso, há muitas refências a outros livros, séries e músicas muito boas. Porém, senti falta de mais profundidade em outros personagens, sabe? Eu queria conhecer a histórias das amigas que Libby fez, ou entender a história por trás da babaquice de um ou dois amigos de Jack. Entretanto, a história é incrível e entrou para minha lista de favoritos.

"Quanto aos outros, lembre-se: ALGUÉM GOSTA DE VOCÊ. Grande, pequeno, alto, baixo, bonito, comum, simpático, tímido. Não deixe ninguém dizer o contrário, nem você mesmo. PRINCIPALMENTE VOCÊ MESMO." (pág 317)



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