Caixa de Pássaros, de Josh Malerman

1/16/2019


Caixa de Pássaros/Autor: Josh Malerman/Editora: Intrínseca/264 Páginas/16 Anos/Compre Aqui


Não Abra Os Olhos!

Há alguma coisa lá fora...
Algo aterrorizante que não deve ser visto. Basta uma olhadela e a pessoa é levada a cometer atos de violência mortal. Ninguém sabe o que provoca isso ou de onde veio. 


Primeiramente, feche os olhos e não abra por nada. Imagine viver assim na escuridão, depois de ter passado boa parte da vida vendo tudo. O céu, a Lua, as árvores, pássaros.

Bem, seria bastante complicado. Mas é isso que está acontecendo com o mundo. Notícias constantes de pessoas que ficam completamente loucas e matam outras pessoas ou cometem suicídio depois de terem visto alguma coisa, ou criatura. E esses episódios estão se espalhando pelo planeta.

Malorie mora com sua irmã, Shannon, em Michigan, EUA. Elas estão bem, começando uma vida nova, mas as notícias recorrentes de assassinatos e suicídios deixam as irmãs preocupadas e para completar, Malorie descobre que está grávida. Enquanto isso as pessoas estão com medo de olhar na rua, as mortes estão mais numerosas, janelas estão sendo cobertas, portas trancadas, comida sendo estocada. Tudo rápido demais. O Pânico está se espalhando.

Como sobreviver nesse novo mundo?

As ruas estão vazias. Toda casa pela qual passa tem cobertores ou tábuas de madeira tapando as janelas. Vitrines estão vazias. Estacionamentos de shoppings, desertos. Ela mantém os olhos no asfalto imediatamente à sua frente e dirige, seguindo o caminho marcado no mapa a seu lado. Suas mãos parecem fracas ao volante. Seus olhos doem de tanto chorar. Ela sente um fluxo interminável de culpa por ter deixado a irmã, morta, no chão do banheiro de casa. (Pág 39)

O livro conta a jornada de Malorie e duas crianças, Garoto e Menina, que estão em uma casa próximo ao rio. Encorajada pelo aparecimento de uma neblina ela decide sair de casa e ir atrás de um lugar seguro onde não precisarão ficar sempre com os olhos cobertos. Ela tem que confiar no treinamento que fez com as crianças desde que nasceram. Sempre cobrindo os olhos com vendas para estimular ainda mais a audição. Por que terão apenas isso durante todo o percurso. Em paralelo, também mostra quando tudo começou, o período que Malorie precisou ficar hospedada numa casa com estranhos que ofereceram ajuda num anúncio do jornal, conta como um desses colegas surtou e fez algo que mudou o rumo de suas vidas, relata como foi difícil o parto sem auxílio de nenhum médico e de como ela se virou para criar bebês nesse novo mundo totalmente desconhecido.

Malorie precisa que as crianças ouçam para além das árvores, para além do vento, para além das margens sujas que levam a todo um mundo de criaturas vivas. O rio é um anfiteatro, penas Malorie enquanto rema. Mas também é um túmulo. As crianças precisam ouvir. (Pág 23)

Essa história é realmente impressionante. O terror é feito com a nossa imaginação. Os capítulos são intercalados, mostrando o início dos acontecimentos, as mortes e o pânico, e toda a viajem pelo rio. É narrado em terceira pessoa, mas em nenhum momento é descrito o que as pessoas olhavam, se eram criaturas ou monstros. É como se o leitor também não podesse ver ou nem ao menos ter uma ideia do que elas são. O leitor realmente se sente dentro da história. E é esse elemento que faz esse triller ser diferenciado.


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