O Garoto Quase Atropelado/ Autor: Vinícius Grossos/ Editora: Faro Editorial/ 272 Páginas/ 14 anos/ Compre aqui: Amazon, Saraiva

Para não enlouquecer, ele começa a escrever um diário que o inspira a recomeçar, a fazer algo novo a cada dia.

O que não imaginou foi que, agindo assim, ele se abriria para conhecer pessoas muito diferentes - a cabelo de raposa, o James Dean não-tão-bonito e menina de cabelo roxo - e que sua vida mudaria para sempre!

Prepara-se para se sentir quase atropelado de uma forma intensa, seja pelas fortes emoções do primeiro amor, pelas alegrias de uma nova amizade ou pelas descobertas que só acontecem nos momentos-limite de nossas vidas.

"Por que as pessoas não podiam apenas se permitir viver de vez em quando em vez de sempre se afundar em suas monotonias?" (pág 30)

O livro é narrado em primeira pessoa e escrito em forma de diário e cada capítulo é como um dia de novembro. Em nenhum é dito o nome do protagonista, achei isso bem diferente. Sem contar que possui um playlist incríveeeel.

Depois de um evento bastante traumático com o melhor amigo do protagonista, ele passa a ir na psicólogo e ela aconselha que escreva um diário durante o mês de novembro, como um experimento para que possa externar seus conflitos internos. Bem no dia de seu primeiro relato, ele conhece a cabelo de raposa que quase o atropela, dando origem ao apelido. A partir desse momento tudo começa a ganhar uma nova perspectiva. Ele não consegue tirá-la da cabeça e deseja descobrir mais.

Alguns dias depois, ele a encontra com mais dois amigos em uma lanchonete e a aventura começa. Com essas novas amizades ele ganha experiências inesquecíveis e aprende que todos nós estamos em conflito. O mundo não facilita para ninguém. Enquanto isso vai acontecendo, ele também vai tentando superar a dor que é pensar no que aconteceu com seu amigo.

"-Amigos podem ajudar em muitas coisas, garoto quase atropelado, mas quando encontramos uma batalha real e íntima com a vida, só nós mesmo podemos enfrentar essa luta e nos salvarmos... não que os amigos não possam falar e tentar mostrar um caminho melhor, por assim dizer... mas a gente só sai vencedor dessas lutas se nós próprios quisermos." (pág 130)

Mas alguns detalhes me incomodaram, por exemplo todas as referências sobre aproveitar a vida giraram em torno de festas, bebida, drogas e aventuras perigosas, que, na minha opinião, não devia ser assim, pois acho que a vida vai muito mais além disso. Também senti falta de aprofundamento em alguns personagens. Entretanto, a história abordou temas tabus que considerei importantissímo, como abuso sexual, homofobia e bulimia, que estão presentes na nossa sociedade e afetam tantas pessoas.

"Estar vivo e viver são coisas absolutamente diferentes."